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Resumo

A liturgia do Xangô gira em torno do sacrifício de animais, seguido pela divisão das vítimas em axé, destinado exclusivamente aos deuses, e em eran, as carnes vermelhas, redistribuídas pela comunidade, redundando numa estratégia econômica e alimentar. Porém, ultrapassando toda utilidade, o sacrifício culmina na festa, na dança, no transe, implicando no renascimento místico do devoto e na renovação da solida­riedade entre os membros do grupo de culto.

Palavras-chave

Religiões afro-brasileiras sacrifício festa Xangô

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Biografia do Autor

Dr. Roberto Motta

Roberto Mauro Cortez Motta graduou-se em Filosofia pela Universidade Fe­deral de Pernambuco (UFPE) em 1962. Obteve o título de Mestre em Ciências Sociais e Desenvolvimento, pelo Institute of Social Sciences, em Haia, na Holanda, em 1964, e o de Doutor em Antropologia pela Columbia University, nos Estados Unidos, em 1973. Realizou pós-doutorado na Université Paris Descartes, Harvard University e University of California. Tem passagem como professor visitante e pesquisador em várias instituições, no Brasil e no exterior, entre elas a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação Joaquim Nabuco, Sorbonne e Center for Study of World Religions, de Harvard.  

Como Citar
MOTTA, R. Memória, rito nagô e terreiros bantos: Roger Bastide e alguns de seus predecessores no estudo do candomblé. Estudos Afro-Brasileiros, v. 2, n. 1, p. 61-82, 29 jun. 2021.

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